segunda-feira, 22 de março de 2010

Não é fácil!

Hoje acordei com a macaca. Não se trata de nenhuma companhia feminina e muito menos que tenha eu dormido com o referido animal. Trata-se de ter dormido mal e ter acordado assim como que com raiva do mundo.
Uma vez li num livrinho que um sitiante tem somente duas alegrias na vida. Uma quando compra o sítio e a outra quando consegue vendê-lo. É claro que o autor não se referia aos que adquirem sítios em Miracatu e muito menos em Musácea, principalmente na atual administração. Fosse o caso, provavelmente diria que não há alegria alguma.
De antemão esclareço que vivemos aqui diversas alegrias. A tranqüilidade do lugar, a família reunida, as crianças crescendo livres e bem dispostas e, principalmente longe da agitação e dos perigos das cidades grandes.
Depois os filhos cresceram, foram estudar fora, constituíram ou estão constituindo família e só muito raramente aparecem. Depois foi a vez do acidente que levou a Márcia e aí vai ficando a sensação de que a área foi ficando maior e os problemas se avolumando.
O mato, como as crianças atuais, parece estar se alimentando com os hormônios que se encontram no leite, nas carnes e nos ovos. Cresce com enorme vigor e rapidez.
A luz falta a cada tempestade e estas estão mais freqüentes. Descobri que as raposas sobem nos fios e caminham até o transformador. Quando colocam o rabo num fio e uma das patas no outro ocorre o curto circuito. Morrem eletrocutadas levando com elas a energia elétrica até que a Elektro venha religar o sistema. As estradas estão todas esburacadas e os automóveis menos preparados para elas. O maldito telefone fixo, da maldita telefonica espanhola desapareceu do bairro e sequer dão qualquer explicação. Com ele foi-se a Internet.
Há poucos dias as chuvas levaram metade da estrada e a prefeitura resolveu furtar caminhões e caminhões de terra de um barranco no sítio. Como o serviço foi porco, as novas chuvas levaram a terra posta para o leito do ribeirão e daí para o rio Itariri. É literalmente, sem contar o furto, o dinheiro público sendo jogado fora e usado para assorear os rios. Ontem descobri que muito mais terra foi surrupiada para uma nova tentativa de consertar a estrada vicinal. Antigamente existia um negócio chamado ponte, mas isso ainda não chegou por aqui.
Já falei para os moleques que qualquer dia troco tudo isto aqui por uma bicicleta velha e saio pelo mundo.
Tem gente, ainda, que me pede pra sorrir mais!

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