sábado, 17 de outubro de 2009

Marítima Seguros S.A. – O Calvário – Parte I

Em 2007 fiz uma apólice com a Marítima Seguros. Já tinha feito outras com a empresa e nunca as tinha utilizado. A corretagem foi feita pelo Santander e o pagamento das parcelas sempre por débito automático. Tudo muito rápido e facilitado.
Após o fatídico 20 de maio, fizemos as comunicações de praxe.
Primeiro quiseram saber para que concessionária o veículo seria levado. Dissemos que o carro estava destruído, a pista tinha ficado bloqueada por cerca de doze horas e o carro estava no pátio do guincho que o removera. Insistiram como se os destroços pudessem ser recuperados até que efetivamente foram para uma concessionária em Registro. Depois alegaram que havia de ser feita uma vistoria e que não tinham vistoriadores na região. Todos os órgãos policiais mencionaram a perda total do automóvel, mas essa certeza tinha de ser validada por um inexistente vistoriador da empresa. Acabaram encontrando um.
Dias depois fomos contatados por um despachante que “ia cuidar do caso”. Conhecendo os “urubus” que rondam as famílias dos mortos em acidentes para se apropriarem do seguro obrigatório e sem a menor idéia de onde tinha surgido o tal despachante, dissemos que não trataríamos com despachantes.
A relação dos documentos que deveriam ser apresentados incluía, de modo absurdamente imbecil, um boletim de ocorrência elaborado no local do acidente, outro elaborado na Delegacia de Polícia e outro Boletim de Ocorrência Militar,que deveria ser enviado antecipadamente, todos em suas vias originais. A esses absurdos somavam-se outros como IPVA do ano anterior (além daquele do ano atual).
Liguei para um dos despreparados atendentes para explicar que não existe boletim elaborado no local do acidente (os dados são coletados ali, mas a elaboração é feita ou na Delegacia ou no Destacamento Militar ou no Posto da PRF) e, quando manual, a primeira via, original, nunca é fornecida, destinando-se aos arquivos policiais. Quando elaborada em computador, todas as vias acabam sendo originais. Quanto ao IPVA do ano anterior, os comprovantes do pagamento, via caixas eletrônicos, se desbotam com o tempo e ficam ilegíveis.
Obtive o número do laudo pericial e o passei, por telefone, à empresa. Pediram-me a data do laudo. Como Escrivão aposentado sei que o laudo só é emitido algum tempo depois da perícia até mesmo em razão da falta de funcionários e das péssimas condições de trabalho.
Informei que a data da perícia era a mesma da data do acidente. Disse do desbotamento do comprovante do IPVA velho e me sugeriram que fosse a um poupa tempo para obter um outro. Disse que na região não existe esse serviço.
Como insistiram, obtive uma certidão na Ciretran com a inexistência de quaisquer débitos.
Essa certidão e as cópias ilegíveis anteriores foram encaminhadas pelo Santander de Miracatu. Alguns dias depois fui informado que os documentos tinham sido devolvidos, ou pela recusa do Santander Central em entregá-los ou pela recusa da seguradora em recebê-los.
Finalmente foram-me solicitados documentos como o DUT em nome da seguradora e a baixa das restrições. Quando liguei para a Marítima, para inteirar-me da palhaçada, fui informado que esses documentos não eram de minha responsabilidade e sim da empresa financiadora.
Tudo muito demorado, emperrado e dificultado.
Ficou faltando dizer que o valor da indenização é o da tabela FIPE da data do pagamento e que esses valores vão decaindo com o passar do tempo (quanto mais demorado menos pagam).
Tudo muito lógico, lucrativo e previsível.

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