domingo, 25 de outubro de 2009

Assim também já é demais!!!


Há coisas das quais não se pode abrir mão!
Pedro, o Cabral, disse ter descoberto o Brasil. Mal contada história. Primeiro porque não havia nenhum Brasil encoberto. Segundo, já havia aqui muita gente a quem o tal Pedro chamou de índios, provavelmente julgando que tinha chegado à Índia. Terceiro, se realmente achou alguma coisa, porque não registrou em seu próprio nome ou de sua família e não em nome do rei de Portugal, que nem tinha vindo na viagem? Isso aqui se chamaria Fazenda São Cabral, Quinta de São Pedro ou Chácara dos Álvares (as propriedades eram muito vastas antigamente) e não Ilha ou Terra de Santa Cruz.
Sabe-se lá porque, a propriedade acabou passando para o rei português e o Pedro Álvares morreu à míngua. Provavelmente de cirrose já que devia ser alcoólatra (para agüentar as longas viagens com comida estragada, diarréias, marinheiros cheirando mal, falta de mulheres, rádios e palavras cruzadas, só mesmo bebendo muito) Ninguém sóbrio confundiria esta terra com a Índia, exceto autores de novelas, séculos depois, ao divulgarem que todos os indianos falam a nossa língua.
Isso, contudo, só vem à baila para dizer que se Cabral deixou barato, eu não vou deixar não. Não posso permitir que pessoas mal intencionadas se apropriem dos meus direitos.
Eu, e mais ninguém, lá pelo terceiro quarto do século passado, descobri que Sua Santidade, o Santo Padre (como dizia o meu pai), o Papa, defecava. Repito, eu e mais ninguém!
Estava realizando estudos a respeito da atividade defecativa (quando meus filhos eram pequenos) e, entre outras iluminações, essa me atingiu como um raio. Até então, é bom dizer, por tudo o que se sabia ou era divulgado, o papa não comia, não bebia e, por conseqüência não urinava e tampouco defecava. Os papas viajavam, escreviam encíclicas e faziam aparições na Praça São Pedro. Só. Coisas muito superiores, muito sagradas.
Pior. Se os papas, seres quase divinos, defecavam, então todas as nossas cagadas, morais, espirituais, financeiras ou de conduta podiam ser toleradas, compreendidas e até mesmo perdoadas.
Quando essa explosão me atingiu, não sai alardeando por aí, tanto por medo de que me tachassem de louco quanto pelo medo de perder a patente. Registrar uma patente aqui é dificílimo. No exterior é moleza. Até fruta brasileira já foi patenteada lá fora. Imagina se minha descoberta se espalha.
Agora, meus advogados, após minucioso estudo, chegaram à conclusão de que não tenho direito nenhum sobre essa descoberta. Não adianta discutir, disseram-me eles. Qualquer juiz das cortes internacionais vai julgar improcedente esse pleito.
Uma ova!
Pensei em botar a boca no trombone. Falar dos defecadores famosos. De como deve ser difícil para apresentadoras de televisão que inflam as nádegas com silicone. De dom João VI que se empanturrava com galetos. Da rainha da Inglaterra. Do grito do Ipiranga.
Resolvi esperar.
Vou recorrer à ONU se necessário for. Direito é direito.
Os autores das estatuazinhas espanholas (http://www.caganer.com) que me aguardem!. Vou arrumar mais problemas com os espanhóis. Já não me bastavam os que tenho com a Telefonica e o Santander?.
Paguem o que é meu!.

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