sexta-feira, 16 de abril de 2010

De andanças, adoções e garimpagens

No último dia 06, às 18:33 horas, com 50 centímetros de comprimento e 3,395 quilogramas aportou neste mundo velho sem porteiras, o filho de Yza e Renato, a quem, me deram a honra de chamá-lo Flávio. A Yza que conheci num momento de extrema dificuldade foi se tornando assim como que uma querida filha adotada, dona de uma formidável capacidade de dar a volta por cima (mestre Paulo Emílio Vanzolini que me perdoe mas ela é a personificação do seu “levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”). Dotada de um impressionante poder de transformar dores e lágrimas em alegrias e sorrisos, a mãe, certamente, saberá como dar ao xará a atenção e os carinhos que podem lhe ter sido negados quando era ela mesma tão pequena. Por certo a generosidade e a responsabilidade de ambos, Renato e Velyza, proporcionarão ao menino o suporte físico e afetivo para que se torne um ser humano digno e, em decorrência, capaz de fazer diferença neste mundo que se lhe descortina agora.
Coincidentemente, um outro Renato (o Zé, um dos irmãos que tive a felicidade de adotar pelo caminho) já tinha me feito surpresa semelhante quando do nascimento de uma linda menina (hoje moça encantadora) filha dele e da Samira. Conspire o Universo para que o recém nascido possa receber também a mesma dose de inteligência, simpatia e boa ventura que coube à Flávia.
Resta a orgulhosa certeza de que turrão, chato e radical devo ter deixado escapar, num descuido, alguma coisa que marcou positivamente essas pessoas. Estes imerecidos afagos e descabidas homenagens fazem parte da herança imaterial que vou deixar aos meus filhos e netos, como já ocorria com uns escritos e depoimentos que guardo comigo. Sobra a convicção de que os amigos (parentes de sangue ou de andanças) são como exímios garimpeiros que conseguem enxergar dentro da bateia, entre a água turva, o lodo e a sujeira, o brilho da pequenina porção de metal precioso que cada um de nós carrega dentro de si.

2 comentários:

Unknown disse...

O homem da minha vida!!! Amooooooooooooo!! Mas agora não posso ter filho Flávio ou Flávia!! Sacanagem... :D

J.R.Siqueira disse...

Irmão, a honra é minha ter podido dar a minha única filha, até como prova primeira do meu grande amor por ela, o nome de quem sempre me inspira, me encanta, me arrebata pela força do caráter, sensibilidade ímpar, grandeza de personalidade. Abração enorme.
Zé Renato