quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Impotência

Não sei porque razões resolvo me meter na vida dos outros, quando não consigo cuidar sequer da minha. Pode ser coisa da idade, às vésperas de ficar ainda mais avançada, como se as idades não avançassem todos os minutos de todos os dias e esperassem um único dia do ano para saltar mais um degrau.
Não deve ser isso já que me intrometo há muitos e muitos anos tentando dizer para as pessoas coisas que não consigo dizer aos meus próprios ouvidos. Quem sabe seja mesmo a maldição da Deise, como já escrevi aqui há algum tempo, me rogando uma tristeza que não queria ter. Quem sabe seja a vontade de fazer mais felizes as pessoas que me cercam na tentativa de me apropriar de parte dessa felicidade. Quem sabe seja uma vocação inerente para enxerido. Coisa tipo faça o que eu digo e não o que eu faço.
De concreto, neste final de semana, uma outra menina, que eu não consigo esconder que adoro, voltou a derramar rios de lágrimas, que atingiram meus olhos, ao contar do fim ou interrupção de um romance. De novo espero que mais do que férias de uma relação que apenas engatinhava, se trate de um final de semana prolongado no qual cada um viaja para local distante. De novo espero que as farpas atiradas dissipem-se rapidamente e o amor de ambos reencontre os melhores dias como se encontravam ainda há pouco.
Novamente volto a desejar que as tolices ou bobagens ditas ou cometidas percam completamente a importância afim de que apenas o carinho que sentiam, um pelo outro, prevaleça.
Não sei se é orgulho ou intolerância. Se é falta de companheirismo ou solidariedade ou se é egoísmo. O que gostaria mesmo é que se tratasse apenas de uma pequena rachadura, daquelas que ocorrem em quase todas as casas até que o solo e as paredes se acomodem.
O que me faria feliz era não sentir esta impotência para resolver problemas, meus e dos outros. Era poder, num passe de mágica, transformar as lágrimas da minha moleca em sorrisos, a distância em presença, a tristeza em felicidade, o abandono em companhia. Criar barreiras para impedir que, mesmo por segundos, o amargor substituísse sua doçura. Poder fazer que a meiguice estampada no seu rosto ficasse ali tatuada para sempre e que os seus olhos só pudessem ficar vermelhos em razão da água salgada dos banhos de mar.

2 comentários:

Anônimo disse...

É Flavião agora essa moleca é toda sua, cuidado! O que ela fez comigo é da natureza dela. Voce é uma fraude, é um falso moralista e alias muito obrigado por fuder com a minha vida.
TAJABA

Unknown disse...
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